Universo de dados e telemática, em fase de  implementação no Brasil, abre espaço para ao menos três setores da economia.
Desde o primeiro protótipo de carro conectado, diversas  companhias apostam nessa tendência na indústria automobilística nos próximos  anos. No Brasil, está em processo de implementação um chip nos veículos para  integração de dados com diversos dispositivos, desde praças de pedágios até  radares eletrônicos.
“O veículo  conectado está emergindo agora como um ambiente computacional único, distinto  do escritório, da casa e do universo móvel não apenas porque está em movimento,  mas também por conta de suas significativas restrições e elementos de  composição”, defende o analista Charles Golvin, da Forrester Research, no  blog da consultoria. Para ele, o surgimento desse novo mercado movimenta  especialmente de três universos – montadoras, operadoras e  desenvolvedores de aplicações.
Para as fabricantes de  veículos, é um espaço para ofertar além de recursos embarcados como chamadas de  emergência e notificações para prevenção de acidentes. As montadores podem  oferecer sistemas de entretenimento para passageiros e serviços de informação,  como a própria busca do Google. “Além de apenas gerar receita com esse tipo  de serviço, as empresas estão usando a conectividade para dar mais motivos para  consumidores escolherem uma determinada marca”, justifica Golvin.
Já para operadoras, com  a adição de serviços mais complexos junto a planos de dados, companhias devem  associar esse produto em ofertas cruzadas. Ou seja, no mesmo momento de  contratação de um plano de dados para smartphones e tablets, o consumidor pode  também abranger seu veículo entre os “dispositivos sedentos por  dados”.
Por fim,  desenvolvedores de aplicações ainda têm que descobrir qual o modelo de receita  que será consolidado. Ou seja, apps embarcados que rodam puramente no carros,  ou tecnólogas de download compartilhada em outros aparelhos, como smartphones.  “Independentemente de como são usadas, as aplicações continuarão a serem  a força inovadora que permite novas experiências”, defende o  especialista.
A real engrenagem de um  carro conectado, contudo, é a transformação dos dados do usuário em produto  para uso dos carros. “Por isso todos os envolvidos em mercados além do  automobilístico, de vendedores de infraestrutura a especialistas em nuvem  passando por provedores de analytics, vislumbram a possibilidade de fornecer  diversas habilidades e ferramentas necessárias nessa alquimia”, conclui  Golvin.