quinta-feira, 21 de maio de 2009

Beleza e bem-estar são alvo de novos inventos tecnológicos

Quinta-feira, 21 de maio de 2009 às 10h43

Bem-estar e beleza são dois dos objetivos mais lembrados pelas pessoas ao criarem seus inventos. Geralmente, as ideias surgem a partir da observação de uma necessidade. Com sorte, descobre-se que "ninguém havia pensado nisso antes" e obtém-se uma patente. Para isso existe a Associação Nacional dos Inventores (ANI) – entidade sem fins lucrativos cujo papel é incentivar, popularizar e até industrializar as inovações tecnológicas no País. "Antes de pensar em ganhar dinheiro, esses criadores se concentraram no bem-estar das pessoas e na preservação do meio ambiente", comenta o presidente da ANI, Carlos Mazzei. "Depois, só precisa se empenhar para ver sua invenção no mercado", completa.

Mazzei destaca novos projetos que promovem beleza e bem-estar e aguardam parcerias no mercado:

Aromatronics – O mineiro Hercules Lima, formado em Tecnologia, é consultor, inventor, projetista, programador em Visual Basic e autodidata em eletroeletrônica. Sua mais nova criação é o Aromatronics, um software que permite ao usuário sentir aromas saindo do computador. "Há mais de dez anos, pensei em inventar algo que explorasse outro sentido além da visão e da audição como forma de entretenimento. Queria estimular o olfato por meio da eletrônica", conta o tecnólogo. Ele imaginou um filme em que se pudesse sentir o aroma do ambiente mostrado na tela e, assim, iniciou a pesquisa que resultou no Aromatronics.

A tecnologia utiliza dois processos de seleção de fragrâncias, um manual (via teclado ou mouse) e outro eletroeletrônico (raio infravermelho, radiofrequência, software ou ultrassom). Seu banco de aromas contém até 256 tipos básicos de cheiros, que, ao serem escolhidos, são difundidos no ar por um ventilador cuja velocidade, direção e intensidade podem ser alteradas pelo usuário. "Com o dispositivo, pode-se sentir a essência de perfumes no computador. É possível até receber e enviar e-mails perfumados", explica o tecnólogo. Ele vislumbra os mais variados usos, como sites diversos e ambientes físicos, incluindo lojas, consultórios, escritórios, clínicas de aromaterapia, escolas, cinemas, teatros, academias, aviões e automóveis.

Lima pretende transferir a tecnologia, ou seja, vender a patente registrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e o processo de seleção de aromas que utiliza. "Com base em pesquisa recente, a previsão de retorno de investimento é inferior a um ano", afirma o tecnólogo.

Ducha Aromática – O empresário Carlos Roberto Nery Santos Souza, torneiro mecânico de formação, inventou um modelo de ducha para banhos aromáticos. "No próprio chuveiro a pessoa pode tomar um banho terapêutico, relaxante, energizante, de purificação e até afrodisíaco, sem necessitar de adaptações. Pode escolher entre especiarias aromáticas, sais de banho, óleo vegetal, pétalas de flores, óleos e ervas essenciais ou medicinais... Basta deixar a imaginação fluir", enumera.

Trata-se de um conjunto de peças desmontáveis de material plástico. Contém um receptor de substâncias e um refil para sabonete líquido. Ao abrir o chuveiro, as substâncias descem junto com a água. "O dispositivo tem controle de regulagem para pouco, médio, mais ou nenhum sabonete líquido", explica Souza. "O banho torna-se terapêutico. Cada combinação de produtos traz um efeito diferente para o banho: relaxamento, meditação, alívio da tensão pré-menstrual etc.", sugere. Souza teve a ideia ao ouvir um locutor de rádio receitar para uma ouvinte – que se dizia estressada – um banho com sais aromáticos. "Ele sugeriu que ela pusesse os sais em um saco tipo coador e amarrasse no chuveiro. Imagine o inconveniente e o perigo desse método! Além disso, a água jorra do saco sem o espalhamento natural do chuveiro", observa o empresário. A invenção está patenteada e conta com apoio da ANI para a busca de parcerias.

Balança que reeduca a alimentação - Mesmo sem problemas com peso, o professor e empresário catarinense Ernane Jönck inventou uma balança de alimentos que auxilia em dietas. A ideia surgiu em 2001, durante uma aula de ciências agrícolas em que discutia com os alunos a importância da contagem de calorias e da nutrição correta. "Nunca a coloquei no papel. Somente anos depois mandei fazer um projeto, que ainda está sendo finalizado. O protótipo sairia muito caro. Em 2008, procurei a ANI com a ideia – inédita mundialmente –, que está patenteada".

Inicialmente, Jönck pensou em uma bandeja, depois numa balança. O público-alvo são homens e mulheres que queiram emagrecer, manter o peso ou até mesmo engordar, e também os restaurantes, que a teriam à disposição da clientela. Ela seria portátil e seu diferencial é que estaria acoplada a um software, montado com base em pesquisa de 7,5 mil tipos de alimentos e quantidade de calorias: "A pessoa digita seus dados – peso, altura, idade, sexo e objetivo – e, depois, indica cada alimento que gostaria de ingerir. O programa responde quantos gramas de cada item podem ser ingeridos e, ao final, a pessoa os pesa separadamente". Jönck está disposto a vender sua ideia a uma empresa de balanças que se interesse pelo produto e possa desenvolver software e produto próprios, contratando designer, programador e nutricionista para trabalhar em conjunt "Nesse caso, negocio uma porcentagem sobre as vendas".

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